sábado, 26 de maio de 2012

DEFICIENTES MENTAIS EM VERÍSSIMO



Pessoas deficientes são aquelas que apresentam significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter temporário ou permanente, de acordo com a literatura específica.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 10% da população de todo país são constituídos por pessoas com algum tipo de deficiência. Mas e em nossa cidade?
Se seguirmos estes dados, deveríamos encontrar em Veríssimo cerca de 400 pessoas portadoras de necessidades especiais, mas aos olhos da comunidade estes são praticamente inexistentes.
Pois bem, procurando responder à pergunta acima, foi que no inicio de 2007, eu me predispus a fazer um censo de todos os portadores de necessidades especiais da cidade de Veríssimo, para a ONG “A FORÇA DO BEM”, como voluntário. Após o censo efetuaria o cadastro destas pessoas na página da ONG, e assim foi com o objetivo de se realizar um censo nacional.
            O censo, ou seja, uma pesquisa sobre o número de pessoas com necessidades especiais, bem como alguns dados a respeito delas foi efetuada entre janeiro e fevereiro de 2007, com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde e do Programa de Saúde da Família (PSF) de nossa cidade, que se predispôs a fornecer dados da população e me acompanhar até as casas destas pessoas, facilitando enormemente o meu trabalho.
Porém, observei pessoas de todas as idades, e de diversos graus de deficiências. Pude ver o drama destas pessoas e de suas famílias, que recebiam pouco apoio de poder público, ou nulo, em alguns casos, de uma forma geral.
Dessa forma, encontrei apenas dentro do perímetro urbano 73 pessoas com necessidades especiais, simples (apenas uma deficiência) ou múltiplas (várias deficiências), em sua maioria de graus moderado a grave.
             A deficiência motora contava com um total de 29 pessoas, em sua grande maioria, idosos com dificuldade de locomoção e também cadeirantes. Porém o grave é que historicamente nossos dirigentes políticos sempre ignoraram este fato, pois a cidade não conta com banheiros adaptados para tais pessoas em nenhuma repartição. Já as raríssimas rampas existentes são irregulares, com comprimento ou inclinações erradas.
            Em relação à deficiência mental, apresentava na ocasião 17 casos, de moderados a gravíssimos. Aqui a grande reclamação foi à falta de atendimento psiquiátrico e neurológico na cidade. Também foram encontrados casos de crianças com Síndrome de Dawn.
A grande dificuldade relatada é a falta de assistência na própria cidade, já que a prefeitura municipal não providenciava o transporte até Uberaba.
            Mas em relação ao resto de nosso país, acontece à mesma coisa?
Sim, infelizmente nossa cidade é o reflexo das políticas públicas de nossas autoridades federais e estaduais. Pude chegar a tal conclusão estudando artigos, dissertações e teses, de nosso país, mais notadamente sobre o tema Educação Especial.
Mas outro ponto não visto até agora, nem por mim, nem pelas autoridades municipais é a problemática dos chamados deficientes mentais leves, principalmente com problemas de aprendizado, que cujo número é grande, e com raríssimas exceções são identificados, até pelo total despreparo de nossos professores.
Como estudante de licenciatura numa das melhores instituições federais de ensino do país, pude ver de perto esta problemática, tanto no despreparo de professores, quanto no cotidiano da sala de aula.
Ouvi relatos de mães de deficientes mentais excluídos da educação tradicional em nossa cidade, excluídos dentro da própria escola, seja pelo preconceito ou pelo despreparo dos professores ou dirigentes educacionais de nossa cidade.
Quanto ao despreparo dos professores, é um problema que ocorreu historicamente no Brasil. Dessa forma, em vez de culpar os professores de nossa cidade pela sua formação seria um absurdo, mas não podemos esquecer a formação continuada, ou melhor, a falta de vontade dos professores de nossa cidade em continuar estudar sempre, já que isso é mais do que obrigação de qualquer professor.
Bem, voltando ao censo sobre os portadores de necessidades especiais, tínhamos o seguinte quadro em 2.007:

DEFICIENCIAS
TOTAL
MOTORA
29
MENTAL
17
VISUAL
9
AUDITIVO
7


DEFICIENCIAS
TOTAL
MOTORA + MENTAL
7
MENTAL + VISUAL
1
VISUAL + AUDITIVO
1
AUDITIVO + MENTAL + AUDITIVO
1

            Enfim, assim como eu tive uma surpresa ao me deparar com tantas pessoas com necessidades especiais, grande parte da população também o vai. Porém, mais do que indignação ou procurar algum culpado, é dever de todos procurar soluções para os problemas de nossa cidade, onde, cada um de sua forma ou em grupo trabalhar para a solução desse e de tantos outros.
Logo, para os professores de nossa cidade identificar problemas relativos aos problemas de aprendizado, como déficit de atenção, hiperatividade, Síndrome de Asperger, distúrbios de ansiedade e Distúrbios de Aprendizagem Matemática, sem falar nos distúrbios de comportamentos, como das fobias sociais, é algo impensável. Mas, o que ninguém sabe principalmente os professores de nossa cidade, com raras exceções, é que tais deficiências mentais leves podem destruir a vida dessas crianças.
            Por exemplo, aos professores que reclamam que não tiveram formação, devem agir como procurar leituras de artigos, dissertações e teses, ou ir a congressos da área.
         Dessa forma, se todos agirmos, em vez de reclamarmos e ficarmos unidos pode construir uma cidade melhor, não em tamanho, mas sim em qualidade de vida.




Nenhum comentário:

Postar um comentário