domingo, 10 de junho de 2012

PLANO CULTURAL PARA VERÍSSIMO


          
Como é ano eleitoral, espero que os nosso candidatos a prefeito e a vereadores se sensibilizem quanto à situação do descaso da cultura e educação em nossa cidade. Segue algumas sugestões de projetos de cultura para Veríssimo.

Qualquer construção, restauração, reforma ou aquisição de bem cultural na cidade de Veríssimo deverá ser efetuado mediante projeto enviado ao Ministério da Cultura, onde, através do mecanismo de fomento chamado MECENATO, serão arrecadados recursos de incentivos fiscais, ou seja, o secretário de cultura deverá elaborar projetos culturais de interesse da comunidade e submeter ao Ministério da Cultura. Uma vez aprovado tais projetos e publicados no Diário Oficial da União, tem-se inicio a segunda etapa, que se trata de arrecadação de incentivos fiscais por parte conjunta da administração municipal, secretario de cultura e representantes políticos da comunidade junto à iniciativa privada, quer seja de pessoa física ou jurídica.
            Assim, de acordo com lei federal, onde qualquer pessoa física ou jurídica por fazer doação de até 6% do valor a ser pago ao imposto de renda e ser abatido.
            Outra saída é buscar o tombamento como patrimônio ambiental ou cultural junto à Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais.

            Sugestões de projetos culturais:
  1. AMPLIAÇÃO DA SEDE DO CONGADO E MOÇAMBIQUE.
  2. CONSTRUÇÃO DO MUSEU DA CULTURA AFRO-DESCENTENTE EM VERISSIMO.
  3. RESTAURAÇÃO DE BANDEIRA DO MOÇAMBIQUE
Trata-se de bandeira do Moçambique, da década de 30 e é o mais antigo símbolo afro de nossa comunidade.
  1. CONSTRUÇÃO DO ARQUIVO PÚBLICO DE VERISSIMO
  2. AQUISIÇÃO, TOMBAMENTO E RESTAURAÇÃO DO CASARÃO (em frete a Coopervale).
  3. CRIAÇÃO DA FUNDAÇÃO CULTURAL DE VERISSIMO.
Deverá ficar num dos casarões restaurados, onde deverá sediar e organizar cursos de culinária, capoeira, teatro, pintura e atividades voltadas para a cultura.
  1.  REATIVAÇÃO DE ANTIGO CINEMA DE VERISSIMO.
Pode servir de teatro, ensaios de grupos de danças da comunidade e exibição de videos, de uso comum com as escolas da cidade.
  1. INFRA-ESTRUTURA DO PATRIMONIO AMBIENTAL DA CACHOEIRA AZUL.
  2. INFRA-ESTRUTURA DO PATRIMONIO AMBIENTAL DA CACHOEIRA DO “DOMINGUINHOS”.
  3. AQUISIÇÃO DE ACERVO PARA A BIBLIOTECA MUNICIPAL, ALÉM DE AMPLIAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DA MESMA. 


AILTON BARCEOS DA COSTA
Pesquisador em Educação e Proponente Cultural


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Origem do Capão da Onça


Quanto à origem do nome ‘Capão da Onça’, onde fica o povoado de Rufinópolis, sabemos que em julho de 1810, trinta bandeirantes iriam fazer uma travessia, de Uberaba ao rio da Prata.
Nesta travessia de inúmeros perigos foi relatado o seguinte episódio, que deu origem ao nome da fazenda “Capão da Onça”, através do livro ‘Historia de Uberaba e a Civilização no Brasil Central’, de Hildebrando Pontes de Araújo, de 1978. Na página 76 encontramos o seguinte:
“Relata-nos o Vigário Silva (Padre Antônio José da Silva), os apuros por que passou Antônio Rodrigues da Costa, um dos bandeirantes, em luta com uma onça pintada, que furiosamente avançara contra o cavalo. Neste desagradável momento, em que o terrível felino o agarrara de unhas e dentes, a arma fulminante que trazia faltou fogo e dela só se servia para dar algumas pancadas na raivosa fera, até que pudesse sacar a espada, com a qual ferindo a onça, fê-la com a dor provocada, correr para um capão de mato próximo e ai, perseguida por cães e demais bandeirantes, ser morta a chumbo. Desde episódio originou-se o nome da fazenda do ‘Capão da Onça’, dado àquele lugar, que fica além do rio Uberaba, a sudeste o atual arraial de São Miguel do Veríssimo”.


Segue abaixo o link para a carta onde foi foi o relato original foi escrita entre os anos de 1824 e 1826, e se encontra no Arquivo Público de Minas Gerais.


Tal carta foi publicada na Revista do Arquivo Público de Minas Gerais, com a grafia original da época:
Carta do Padre Antonio José da Silva

Assim, a carta é uma prova que o Capão da Onça é povoado a cerca de 200 anos, já que, pela carta, em 1812, o povoado já contava com alguns moradores, além de índios.

Asilo de Capão da Onça


O primeiro ‘serviço de saúde mental’ da região foi criado em 1914, na cidade de Veríssimo, distante 52 km de Uberaba. O Sanatório de Rufinópolis, conhecido também como ‘hospital do Capão da Onça’, nasceu da iniciativa de um grupo espírita daquela região, que, sensibilizado com a situação de alguns doentes, resolveu criar uma casa para acolhê-los. Este grupo, presidido por membros da família Alves Urzedo, buscou recursos junto aos seus membros e à comunidade e criou um sanatório que comportava com ‘folga’ 30 doentes. Estas vagas foram rapidamente preenchidas.
O ‘tratamento’ consistia em suprir as necessidades básicas dos internos, que eram alimentados e abrigados na instituição, mas não recebiam nenhum tipo de atenção outra se não a espiritual. Nos finais de tarde, era obrigatório o comparecimento ao culto espírita, onde todos recebiam ‘passes’.
Em entrevista com pessoas da família Alves, soubemos que, mesmo os doentes mais violentos participavam dos cultos sem que se precisasse usar a força.
Contam que, um paciente ‘diagnosticado como furioso’, tinha o hábito de fugir sempre, mas nos horários de culto estava de volta, por interseção dos bons espíritos.
Era para este espaço que enviavam os doentes mentais carentes da região, que de internos passavam a residentes já que não se tem notícia de qualquer forma de desligamento da instituição, ou seja, de ‘altas‘. Talvez isto se deva ao fato de que, uma vez ‘acolhidos’, os doentes perdiam os vínculos com as famílias e com a comunidade e se tornavam só ‘pacientes do Capão da Onça’, além de não receberem nenhum tratamento.
Este hospital foi fechado em 1981, depois de funcionar por 67 anos ininterruptamente.

Fonte:
Texto foi extraído de monografia História dos Movimentos Religiosos e Serviços de Saúde Mental em Uberaba - elaborada pela psicóloga Maria Rita Soukef para obtenção de título de especialista em Saúde Mental pela Esmig - Escola de Saúde de Minas Gerais. Maria Rita Soukef atende em consultório e na Adefu – Associação dos Deficientes Físicos de Uberaba, onde trabalha com reabilitação. Ela está em processo de formação em Psicanálise.
Este texto conclui a publicação da monografia; a primeira parte - sobre religiões, foi publicada na edição de 6 de março de Conta-Gotas

Disponível em:
Consultado em: 04/06/2012.

Abaixo algumas fotos do ano de 2009 do antigo asilo de Rufinópolis, ou Capão da Onça.
A aparência é um manicômio aos moldes clássicos, com celas individuais, parecendo-se agora mais com um presídio do que com uma instituição de saúde mental.







sexta-feira, 1 de junho de 2012